terça-feira, 2 de abril de 2019

Adelaide

Quando partires leva a certeza que me amaste por completo. Que deixaste o meu coração semeado de ti e do teu amor. Que essa semente me guiará e transformar-me-á sempre numa alma repleta de carinho, de bondade, de magia, vestida de igual forma ao teu sorriso. Que esta semente crescerá sempre regada pela esperança que deste ao mundo e pelo que nutro por ti. Antes de partires leva sempre a verdade de que me deixaste uma pessoa melhor. Que em mim nada faltará de ti e que ao mundo carregarei e entregarei sempre com cuidado e força o teu eu. Esse que é o nosso nós. Leva sempre contigo grandiosamente que me abraças-te eternamente como se o mundo não estivesse pronto nunca para te levar. Vai feliz. Repleta. Completa. Vai inteira a saber que nunca desaparecerás. Que te tornarás eterna nas palavras que escreverei para ti. Não entristeças por ficar sem nós. Isso será a mentira mais cruel para a tua dor. Parte com a certeza que nenhuma dor será tão grande capaz de ultrapassar os caminhos de ventura, de generosidade, de ensinamento, de coragem, de força, de luta, de paixão, de paz, de ânimo que deste às pessoas que amaste. Cuidaste sempre tão bem de nós. Gostaste tanto tanto tanto de nós. Que me será impossível deixar de crescer. Parte com o meu beijo no teu coração. O meu abraço colado ao teu corpo. A minha força misturada nos teus sentidos. O meu sorriso a nadar nos caminhos do teu corpo. Serás sempre viva. Como hoje que te olho sinto. Serás sempre tu Adelaide. Seremos sempre por ti. Hoje, no dia em que te abraço com a tristeza de saber que vais, não te peço o impossível. Sei que acabarás por partir. Sei que seria injusto demais ver-te sofrer por esta dor me esmaga. Dou-te o meu sorriso. Vestido em mim e neste momento eterno para sempre nos nossos corações. Olharei o céu para te amar, percorrerei os teus jardins para me vestir de ti, escreverei sem fim para nunca deixar de te encontrar. Parte bonita, minha mulher. Embelezada pela tua simplicidade. Tu, que me ensinaste a amar o amor. Devagarinho para ficar bem profundo. A ter noção do que vale ou não o nosso tempo. A persistir. A ter a inteligência de saber desistir. A sabedoria entre o ganhar e o perder. Que muito depressa um se transforma no outro. Hoje, que me despeço para nunca dizer adeus, quero que vás, mas que fiques, com a certeza que foste amada. Que serás o meu abrigo nas vitórias e derrotas. Que de orgulho viverei por entre as tuas asas. Que muitas vezes terei de voar no céu só para te encontrar. E me sentar lado a lado. E te olhar no olhar. Saberei encontrar-te. Saberei que caminho seguir, eventualmente acabarão as dúvidas. Tu que ainda nao foste e já sinto a necessidade de te escrever, olha por mim. Num adeus bonito recheado da vida intensa e saborosa que tivemos. Recheado de maravilhosas memórias que sempre serão a minha verdade para te ter aqui.
Quando partires leva a certeza de tudo isto. Quando me vires lá de cima (ou me estiveres a ver sentada do meu lado sem que eu deia por isso) a chorar ... Leva a certeza que estarei a cuidar da tua semente. Leva a certeza que o farei sempre. Que tudo será eternamente maior à dor de te ver partir.

Até já, minha Adelaide.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Novo blogue

Chegou a altura de ter um novo cantinho, mais saudável e mais apetitoso. A vida do Enquanto souberes voar voará para esse lugar onde poderão encontrar mais um bocadinho do que sou. Afinal... A vida é feita para nos encontramos!!! E para descobrirmos quando é preciso uma nova paragem.

Espero que continuem a visitar-me nesta nova viagem, um beijinho grande!!
O link do meu novo cantinho está aqui: http://acadacemmetrosdevida.blogspot.pt/

Continuarei a ter o prazer de continuar a ler quem sigo. Obrigada por me terem sempre seguido mesmo quando se notava a minha ausência.

Um abraço especial, e para quem já me conhece desde o início, Até já,!
Mariana.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Gritar o teu nome em silêncio com tanta raiva que as veias que vagueiam para que nos vejamos e nos ouçamos se destruam. Gritar o teu nome com tanto amor em tanta potência para descobrir que me escorres das veias. Dos poros. De cada orifício sublime que me percorre. Gritar para descobrir que tenho silêncio (ou o sou). Que reprime. Que imprime. Que empurra. Que puxa. Que esmaga. Que tanto tenta soletrar o que não consegue.  Gritar para descobrir que há um silêncio potente e impotente dentro de que sou. Ao mesmo tempo que impludo. Ao mesmo tempo que ninguém vê a minha explosão. Sou só eu. E o que sobra. Que é tanto e não tem peso. Que não tenta e consegue. Que tenta não conseguir. Existem marés que navegam menos fortes. Terramotos que vibram menos intensamente. Trovoadas que fazem menos barulho e nem conhecem o silêncio. Que força é esta que vive dentro de nós. Que berros são estes que me dão a conhecer quem sou. Que silêncio é este que faz com que oiça a minha voz.

Há terramotos menos intensos.
Trovoadas menos barulhentas.
Marés menos fortes.

Haverá alguém capaz de sentir a densidade da sua força... Haverá alguém destinado a ser quem é.... Existirei eu por ter conhecido o que fui? 



segunda-feira, 29 de maio de 2017



Do que mais mais tenho saudades é da tua voz. Do som da tua voz. Da sua harmonia. Da paz que dava. Da esperança, da força e da sorte que dava.
Do que mais tenho medo é de um dia não conseguir escutá-la. Por entre todos os silêncios em que me enches a alma de cor.

domingo, 28 de maio de 2017

Lembrei-me das vezes em que te protegia. Ou pelo menos tentava.

Não conseguimos ver o que vem a seguir. Mas sabia-mo-lo bem: quando ele (não)chegava a casa. Passado este tempo todo sei-o na mesma, ainda o sinto na mesma forma. Pequenina. Com coragem, mas sem voz. Prometo, prometer-te-ia a vida toda: que se tivesse o tamanho da minha voz agora, que estarias protegida. Não só mentalmente. Que tudo o que eras seria o que as minhas barreiras escondem e enaltecem sobre ti. Às vezes pergunto-me porque não usaste a força que me ensinas-te a usar - eu sei que ela veio de ti. Porque não tentaste ser feliz como me ensinas-te a ser - eu sei que veio tudo de ti. O porquê de não acreditares que a nossa vida ia ser melhor sem ele. Quando não jantava em casa. Quando vivíamos no escuro. Na escuro da incerteza de saber o que esperar. Na poeira da realidade desfocada. 
-Proteger-te-ia. Com tanta força que ficaríamos bem o resto da vida. 
Agora, já passaram doze anos. Da tua morte. Já morreste mais anos do que aqueles que viveste na minha vida (sabes que o vives a todo o tempo). Mais do que o tempo em que pude abraçar a tenacidade dos nossos momentos. Mais do que o tempo em que me penteavas o cabelo e sorrias para o brilho que reflectia no meu olhar. No espelho do meu coração. (Dessa saudade fica a força com que queria que todo esse tempo fosse todo o nosso tempo.) Jurar-te-ia que não te deixaria sofrer. Como sei que o fazias comigo. Passado doze anos lembrei-me de como era tão pequenina e te queria tanto proteger. Já foste embora à tanto tempo.
-Porque é que a vida não esperou para que eu ganhasse voz para te proteger.
Como é que é possível perdoar a mesma vida que te retirou da minha. Do meu espaço. Que te levou sem te deixar proteger. Tento perceber ao mesmo tempo porque não saltaste fora do cerco. Esse que espezinhava o que eras. (Como é possível espezinharem algo tão bonito e poderoso). Eras tão bonita e poderosa. 
Perdoa-me ter sido pequenina. Obrigada, da mesma forma, por teres amado a pequenina da maneira mais intensa que alguém consegue amar alguém e me teres dado o que sou. 
Já partiste à mais tempo do que aquele em que viveste comigo. Como é que o tempo pode passar assim. Quem me dera poder voltar para ser a borboleta que te desse asas. Quem me dera o meu amor ter sido o suficiente para parar com o teu sofrimento. 
Houvessem palavras para descrever a dor que sinto... Houvessem palavras que demonstrassem a força com que não sei perdoar a vida que te roubou.

Houvessem momentos em que conseguisse-mos roubar o tempo à vida e mudá-lo. Fazer-te-ia a mulher mais bonita e capaz do mundo.

Hoje lembrei-me do que nunca me tinha lembrado: nunca dormias sozinha quando ele (não)chegava a casa.
Mas depois chegava.


quinta-feira, 30 de março de 2017

A lei intrínseca do amor


Não se ama como se se fosse perder. 
Ama-se como se se fosse ganhar.
 (Mais vida, mais amor, mais força, mais sorrisos, mais tudo um bocadinho do que há de bom e faz bem em nós.)

Até Já

A minha foto
Apaixonada pela vida. Escrevo sempre que a inspiração regressa a mim. Prosa, poesia. Esta última é o meu mais recente amor. Sou apaixonada pelas pessoas que me rodeiam. Passeio pelo mar, pelas montanhas, pelas ruas da cidade. Tenho um grande amor por animais, especialmente pelo meu cão Pantera. Sou engenheira química e trabalho como gerente comercial Têxtil. Em breve vou publicar o meu primeiro livro de poesia! Dedicado ao anjo mais bonito que tenho, a minha Mãe.