Não chega todo o tempo do mundo para saciar o desejo de te olhar, de te fitar, de te cheirar, de te amar. Não chega todo o tempo do mundo para te dar as mãos, para abraçar o teu abraço, beijar todo o teu beijo, saciar toda a tua pele. Não basta o mundo inteiro para percorrer toda a tua pele, para te passear, para te encontrar, para te saborear. Quando falo de ti queria poder aumentar os segundos, cortar toda a infelicidade - essa que nem existe quando estou perto de ti. Dás-me paz. A sensação do mundo todo nas nossas mãos e não podia ter liberdade maior que essa. Não podia ter sorriso melhor a sorrir-me sempre que te sentas do meu lado e abraças o meu corpo fazendo de mim rainha por detrás dessa forma de rei que te despe a alma. És especial, talvez porque te amo. Talvez porque um dia te amei de uma maneira especial, diferente de todos os amores que vive e cheirei ao longo dos anos. És especial, talvez, também, porque embora mulher sempre insististe para que fosse a tua menina. E eu sempre gostei dessa tua maneira de amar. Calorosa e tentadora, protectora e esporadicamente linda. Por isso, talvez, que muitas vezes quando me lembrei de todo o tempo do mundo em que estive nos teus braços quis voltar a estar neles. Por isso que quando falo de amor tenho que falar em ti, e falar da sensação que é amar um homem como eu te amei a ti. Por isso que quando falo de ti tenho que falar do presente - porque, de certa forma, ainda vives em mim mascarado por toda a minha pele. Tenho saudades. Mas lembras-me sempre que fui feita para amar quem me ama. Lembras-me sempre que o amor é a nossa maior grandeza e nunca a nossa melhor fraqueza. Lembras-me sempre que um dia te amei. E fiz de mim uma rainha, não por te ter de volta, mas por saber que por detrás de um rei existe sempre uma grande princesinha - aquela que um dia fizeste e soubeste amar, até ao dia em que tudo tinha que acabar.