segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Queria era saber como se apaga um amor como o teu ou uma saudade como a tua. Um amor tão grande e sufocante e uma saudade tão boa e asfixiante. Queria era saber como se apaga o teu sabor da minha história, o teu cheiro das minhas raízes, a tua boca dos meus lábios... Queria saber como se constrói uma vida sem as asas que, um dia, me deste para voar. Queria saber mais coisas sobre ti, sobre como te deixar, sobre como esquecer um amor que foi a minha vida nas tuas mãos e o meu corpo no teu abraço. Mas o amor só ensina a amar. A ficar. A não querer largar. A gostar ainda mais. Queria, também, voltar a caminhar na lua - porque desde que deixamos a vida que um dia nos prendeu esqueci-me do que era ter duas pernas em vez de quatro, um coração a segurar no vento em vez de dois, duas mãos a puxar a força da gravidade em vez de quatro. Perguntei, um dia, de mãos dadas com o vento, se algum dia te traria de novo, agarrado à sua força e à sua suavidade, para os meus braços. Mas nem o vento, nem o sol, nem o mar, nem a terra que um dia pousou o nosso amor na sua semente, me respondeu... Mas nem a força da maré, nem a cor do sol, nem o velejar do vento me trouxe o sabor a amor do teu perfume. E desejei naquele momento, como ainda hoje desejo ardentemente, saber como se apaga uma amor assim. Que não se consegue apagar. Um amor invadido e penetrado de sabores como o teu por mim. Fecundado e cor-de-arco-íris como a flor do meu para o teu jardim. Um amor que viveu para além de nós e para além do sol que brilha sem nos tocar. Um amor, tão por ser assim, sem borracha, magia mágica que o consiga apagar de mim. Um amor que descarrega saudade. E uma saudade que trás ainda mais amor num ciclo que é a minha vida quando o teu lugar se preenche apenas por miragem e o meu se ocupa cada vez mais sem ti. Queria saber como se esquece um amor assim. Como se esquece um sorriso como o teu e um olhar como os teus olhos cor do mar. Queria saber como se esquece um abraço que nos envolve mesmo sem nos tocar, uma pele que nos adormece mesmo não estando nós a sonhar... Queria não saber de ti quando sei tudo sobre mim. Mas não dá... quando eu própria ainda sou tudo o que sabes de mim. Tudo o que ainda me lembro de ti

8 comentários:

  1. "Queria era saber como se apaga um amor como o teu ou uma saudade como a tua. Um amor tão grande e sufocante e uma saudade tão boa e asfixiante.

    ...

    Queria, também, voltar a caminhar na lua - porque desde que deixamos a vida que um dia nos prendeu esqueci-me do que era ter duas pernas em vez de quatro, um coração a segurar no vento em vez de dois, duas mãos a puxar a força da gravidade em vez de quatro.

    ...

    Queria não saber de ti quando sei tudo sobre mim. Mas não dá... quando eu própria ainda sou tudo o que sabes de mim. Tudo o que ainda me lembro de ti"

    e eu queria saber escreves tão bem como tu, tão pura, tão profunda. escreve sempre e tem muita força Marianinha. um dia vou ver aqui neste teu blog, como soubeste esquecer esse amor, porque um dia conseguirás. estou contigo, és linda

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  2. Também eu queria tanto saber ...

    "E uma saudade que trás ainda mais amor num ciclo que é a minha vida quando o teu lugar se preenche apenas por miragem"

    encontro-me nas tuas palavras *

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  3. voei por uns momentos. és uma princesa, Mariana.

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  4. É tão bom saber essa coisas, mesmo bom, Marianinha linda. Tu também és uma princesa, uma princesa bela

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  5. Não se apaga, não se esquece. Mas aprende-se a arranjar espaço no coração para outros amores, outros abraços :)

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  6. "Queria, também, voltar a caminhar na lua - porque desde que deixamos a vida que um dia nos prendeu esqueci-me do que era ter duas pernas em vez de quatro, um coração a segurar no vento em vez de dois, duas mãos a puxar a força da gravidade em vez de quatro." e "Queria não saber de ti quando sei tudo sobre mim. Mas não dá... quando eu própria ainda sou tudo o que sabes de mim. Tudo o que ainda me lembro de ti" as tuas palavras fazem voar qualquer um que as lê. é fantástico tudo o que escreves,e sempre que cá venho fico deliciada como é que as palavras cabem tanto em ti,é lindo

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  7. oh:)) gosto muito,mesmo. nunca deixes de escrever.

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Até Já

A minha foto
Apaixonada pela vida. Escrevo sempre que a inspiração regressa a mim. Prosa, poesia. Esta última é o meu mais recente amor. Sou apaixonada pelas pessoas que me rodeiam. Passeio pelo mar, pelas montanhas, pelas ruas da cidade. Tenho um grande amor por animais, especialmente pelo meu cão Pantera. Sou engenheira química e trabalho como gerente comercial Têxtil. Em breve vou publicar o meu primeiro livro de poesia! Dedicado ao anjo mais bonito que tenho, a minha Mãe.