Estaremos a vida toda à procura de casa. Onde morar quando os dias são tristes. Onde viver quando os dias pedem para sermos ainda mais. Estaremos a vida toda preocupados com o sítio onde seremos felizes. Com o lugar ou a pessoa que nos fará sentir que já não é preciso casa nenhuma. E o segredo reside em nós. Na quantidade de amor que conseguimos aceitar. Daquela que a cada segundo que passa sorvemos de qualquer instante que nos fez feliz. Na quantidade de amor que sabemos que nunca fará doer. No segredo de entendermos que, mesmo se doer, seremos mais felizes e completos por termos a certeza que o desgaste emocional será sempre compensado com a dose extra de esperança e paz que a serenidade das doses que vivemos de amor se repitam. Se transformem. Nos transformem. A cada minuto que passa. Por mais magoados que estejamos. Por mais fria que a noite fique quando sentimos que algumas atitudes são irreversíveis. E que cada um viverá sempre com a qualidade dos seus actos. Que cada um viverá com a certeza de que cada passo em falso só será verdadeiro depois aceitarmos a nossa culpa e a nossa dor. Estamos a vida toda à procura de casa. Onde escorregar o nosso corpo quando o desejo nos consome. Onde depositar a fúria quando o mundo nos bate com a porta da frente. Estamos a vida toda desejosos de ser consumidos por outro alguém. E esquece-mo-nos muitas das vezes que só o conseguimos depois de termos a certeza do que somos. Depois de sabermos que seremos sempre mais mesmo que estejemos sozinhos. Na certeza de que reunimos o amor suficiente para que nas horas de solidão nada nos enterre. Nada nos deixe enterrados. Num escuro que não existe porque sabemos que é o azul do céu que deve reinar sobre as nossas cabeças. Que é de coração cheio que devemos viver a vida. Mesmo não tendo a certeza para onde ela nos leva. Mesmo duvidando quando ela nos troca o destino. Mesmo ficando preocupados quando o principal candeeiro que nos acendia se apaga. Se vivermos de coração cheio, -de amor, de amizade, de paz, de esperança, de luta, com integridade, com princípios,- teremos sempre a certeza que as voltas que a vida nos dá nunca serão para pior. E que a casa que procuramos já reside dentro de nós. Mesmo que a busca continue pelo mundo fora...
Tens toda a razão, agora é que disseste uma grande verdade (para não variar :p) se o nosso coração estiver cheio, mas cheio de coisas boas e não de raiva, ódio, sede de vingança, temos tudo o que precisamos, temos a base mais sólida para sermos felizes.
ResponderEliminarPassamos uma vida inteira à procura da nossa casa, quando ela está tão perto de nós. Se cuidarmos, se amarmos, se a mantivermos desimpedida para que possa ser habitada por tantas coisas boas, temos uma casa para o resto da nossa vida.
ResponderEliminarGostei bastante do texto! A nossa casa somos nós mesmos, porque em nós reside aquilo que verdadeiramente necessitamos para enfrentar todas as voltas da vida de cabeça erguida. Podemos também depositar em alguém que amamos a confiança de serem como uma casa, mas primeiro temos de sê-la para nós próprios (: Beijinhos
ResponderEliminarSerá sempre a nossa firmeza identitária a alicerçar a nossa Morada. As pessoas que nos rodeiam é que têm de se mostrar dignos visitantes daquilo que nos ornamenta, cientes que jamais serão o nosso pilar... Quanto muito, merecerão debruçar-se na nossa janela, contemplando o Mundo sob o nosso olhar. Pois amar não é olharmos nos olhos um do outro... Mas olharmos juntos na mesma direcção.
ResponderEliminarUm beijo, minha Amiga Singular.
Passamos toda a vida a procurar mais do que uma casa: a procurar um lar. E, bem no fundo, somos nós mesmos o lar que procuramos!
ResponderEliminarPor mais sítios (corações) onde se possa morar.
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