segunda-feira, 7 de março de 2016

O meu céu azul


Continuas a minha casa.

Em todo lado que vá. Continuas a ser o impulso que me leva de encontro às escolhas que encontro. Continuas a ser o meu sorriso preferido. Aquele que me traz paz. O único que consegue preencher todos os quartos de saudade que vivem dentro de mim. O único que me enche o coração. Aquele que ameniza as dores de não te ver passar. Continuas a minha casa. Quer vá pelas montanhas quer me encontre nas ruas assoberbadas pela vida humana. Quer vá pelos caminhos estreitos quer me encontre nos lugares mais amplos. Continuo a encontrar-te. A fazer-te minha casa porque só assim sei (sobre)viver. A seres os lençóis que uso para me cobrir. A seres os ventos que precisam correr para que a vida tenha mais paz, circule com mais calma. A seres os abraços que preciso quando me desmonto nos pedaços mais densos que a dores humanas podem sentir. A seres os vestidos que visto para me sentir bonita. A seres os livros que leio. Os caminhos que percorro. Os amigos que vivo. A seres o céu azul que me guia nos dias limpos. O nevoeiro que me preenche quando os dias estão sujos. A seres a brisa que me elimina dos escuros do dia-a-dia. A bateria que preciso para calibrar a minha energia. 

Sinto-te. A falta. Mas mais do que isso, da nossa casa. Da que construímos e depositamos os motores mais bonitos e poderosos da vida. Da casa que construímos sobre as pedras que me ensinas-te a saltar. Sobre os terramotos que me ensinas-te a esconder. Sobre a felicidade que ganhava asas quando a vida parecia mais fácil. Abraço-te a cada segundo no lugar mais sincero e frágil do meu coração. Amarro-me. A ti. À esperança de ter a certeza que nunca te esquecerei. Nunca me esquecerás. Onde quer que estejas. Em qualquer coração que vivas. Em todos os abraços genuínos que darei. 

Em todo o lado que vá continuas a ser a minha casa. Mãe. 
Vestida pelas roupas que uso. Vestida pelos sorrisos que dou, pelas dores que sinto, pelas barreiras que ultrapasso, pelas alegria que me invadem, por aquelas que envio a quem tem o coração aberto. 

Sinto-te a falta. A cada dia mais que passa. Segurando a certeza que serás para sempre o céu azul que avisto quando ou vida está comigo ou decide não estar. Albergando a saudade mais profunda que ou me acende o coração ou me destrói as células que chamam por ti.

Serás sempre a minha casa. Aquela que cuido... Porque um dia a criaste por mim.

6 comentários:

  1. Há coisas que não se alteram, mesmo que tudo o resto se vire do avesso!

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  2. que texto tãão lindo! triste mas lindo! força!

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  3. Mesmo quando tudo muda, há coisas que ficarão para sempre. Eu acredito nisso.
    Maravilhoso texto linda, mesmo ao teu jeito.

    r: Obrigada pela força querida.

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  4. Arrepias com as palavras. Quase consigo sentir a tua dor

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Até Já

A minha foto
Apaixonada pela vida. Escrevo sempre que a inspiração regressa a mim. Prosa, poesia. Esta última é o meu mais recente amor. Sou apaixonada pelas pessoas que me rodeiam. Passeio pelo mar, pelas montanhas, pelas ruas da cidade. Tenho um grande amor por animais, especialmente pelo meu cão Pantera. Sou engenheira química e trabalho como gerente comercial Têxtil. Em breve vou publicar o meu primeiro livro de poesia! Dedicado ao anjo mais bonito que tenho, a minha Mãe.